Muitas pessoas quando ouvem a palavra psiquiatra já pensa logo em pessoas loucas. Até pouco tempo atrás eu também pensava assim. O psiquiatra lida sim com doenças mentais, mas esse "mentais", significa o funcionamento do cérebro, a meta principal é o alívio do sofrimento e o bem-estar psíquico. Esse sofrimento mental que citei acima pode ser desde a demência a transtornos de ansiedade. Dentro desse parêntese se encontra a depressão e o transtorno bipolar.
Sim, eu fui ao psiquiatra ontem. Diagnóstico: Depressão mal curada e transtorno bipolar.
Como a maioria de vocês sabem tive a depressão antes e depois do parto. Quem me passou o antidepressivo foi minha ginecologista mesmo, e eu usei por no máximo dois meses. A médica me disse que o tratamento da depressão demora, e que muitas pessoas acham que ao tomarem o remédio, melhoram e já podem interromper o tratamento. Ela disse pra eu procurar um psicólogo também. Quanto a isso acho que não vou procurar não... Acho que os remédios bastam.
Quando a depressão chega, pensamos muitas das vezes que podemos controlar, nos esforçamos pra animar, pra se sentir bem. Às vezes a gente até consegue, mas não dura muito. Às vezes comparo meu estado de espírito, meu humor e emoções como um isqueiro. Quando o isqueiro ta novo, a gente roda a bolinha e ele logo acende, e fica assim até a gente parar de apertar o botãozinho. Com o passar do tempo o isqueiro fica velho. E quando a gente tenta acender só sai faíscas.
O fogo são as nossas emoções, humor. Quando a depressão chega, por mais que a gente tente, à vontade de fazer as coisas, até mesmo de viver se comparam às faíscas, não consegue se firmar.
Muitas pessoas não entendem que a depressão é uma doença, a depressão altera a maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida. A Depressão é, portanto, uma doença afetiva ou do humor, não é simplesmente estar na "fossa" ou com "baixo astral" passageiro. Também não é sinal de fraqueza, de falta de pensamentos positivos ou uma condição que possa ser superada apenas pela força de vontade ou com esforço, é um transtorno psiquiátrico que afeta pessoas de todas as idades.
Estima-se que cerca de 15 a 20% da população mundial, em algum momento da vida, sofreu de depressão.
A depressão é mais comum em pessoas com idade entre 24 e 44 anos.
Ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso.
O transtorno bipolar é uma forma de transtorno de humor. Uma pessoa com transtorno
bipolar está sujeita a episódios de extrema alegria, euforia e humor excessivamente elevado e também a episódios de humor muito baixo e desespero. Entre os episódios, é comum que passe por períodos de normalidade.
Eu sempre fui nervosa por natureza. Acho que é de família. Mas sempre dentro de certa normalidade. Depois que o Gabriel nasceu isso mudou totalmente. Quando eu fico nervosa, chega a ponto de querer quebrar tudo, sem contar que qualquer coisa é motivo pra estresse, principalmente em casa.
Vou enumerar alguns sintomas e descrever como acontecia comigo (em colorido).
Humor excessivamente animado, exaltado, eufórico, alegria exagerada e duradoura;
(Um dia teve confraternização entre amigos do trabalho, eu fiquei tão Feliz, tão agitada, que não conseguia parar de rir, meu marido disse que parecia que tava bêbada sem ter bebido nem uma gota de álcool.)
Extrema irritabilidade, impaciência ou ?pavio muito curto?; agressividade física e/ou verbal;
(não dá pra descrever as inúmeras brigas que tive nesse período por pequeninas coisas com
as pessoas, a principal vitima foi meu marido)
Aumento de energia, da atividade, começando muitas coisas ao mesmo tempo sem conseguir terminá-las
(Eu comecei a ter uma certa obsessão pela casa limpa, se eu pudesse limpava toda hora, não podia ver um pelo no chão ou qualquer coisas fora do lugar, mas por mais que eu tentasse organizar nunca conseguia terminar, me perdia no meio das atividades e acabava não conseguindo terminar nada, sem contar que perdi totalmente a capacidade de fazer qualquer coisa).
Facilidade em se distrair, incapacidade de se concentrar; gastos excessivos;
(De repente parece que estava com mal de alzaimer, nunca conseguia me lembrar onde tinha colocado a chave e qualquer outra coisa. No trabalho, acabava de chegar, batia o ponto, ia ao banheiro, quando saia não me lembrava se tinha batido ou não, agora quanto ao gasto... Bom isso eu sempre fiz... rsrsrs)
Como fui diagnosticada em ESTADO MISTO (depressão + Transtorno Bipolar), vejam quais são os sintomas:
Sintomas depressivos e alegrias acentuados acontecendo simultaneamente; a pessoa pode sentir-se deprimida pela manhã e progressivamente eufórica com o passar do dia, ou vice-versa;
(Quando acordava me sentia bem, alegre, à medida que o dia ia passando ia ficando
melancólica, ou vice versa. Às vezes num minuto ficava mega alegre, passava uns dez minutos já fica triste de novo).
Pode ainda apresentar-se agitada, acelerada e ao mesmo tempo queixar-se de angústia, desesperança e idéias de suicídio;
(Chorava todos os dias. E sim, passava essas coisas de morrer na minha cabeça. Não em me matar, mas tinha vontade de morrer, às vezes pra mim, essa parecia à única solução... Isso é muito triste!)
Enfim, comecei o tratamento. A médica me passou o mesmo antidepressivo de antes, o
Fluoxetina 20 mg, essa dose é a mais fraca, mas a médica disse que no próximo mês já vai aumentar. E pro humor ela passou o Depakene. Fico meio triste por isso. Não queria tomar esses remédios. As vezes eu fico me perguntando porque sou assim, porque tenho que passar por isso... Mas Deus sabe ne?
Bom, por hoje é isso. Bjus a todas!!!
2 comentários:
Ah não fique assim...
O importante é que vc esta fazendo tratamento e assim tem que continuar, fazendo certinho e inteiro...
É contando com o apoio do marido e da familia que é super importante...
Boa sorte no tratamento...
Boa semana!!!
Bjs
Naty,
Acho que agora vc consegue me entender melhor, né? E tbm, o por quê de, mesmo doente, ter feito de tudo p/ ajudar sua mãe... pedir q vc tivesse paciência com ela, q não desanimasse. Depois, qdo vc me falou de como se sentia, já fui correndo "que nem uma galinha velha" tentar a consulta p/ vc, cuidar de vc qdo dava tempo, tentar te distrair com revistas... e fico mto feliz e grata ao Ruy por ele estar ao seu lado. Nunca falei, mas qdo vc me pediu aquela "mãozinha" sobre o emprego e eu pedi p/ ele conversar comigo pessoalmente, na verdade, eu queria ver se valia a pena investir minhas fichas nele, se ele era um cara legal, se iria te fazer feliz... Graças à Deus, q tenho ceteza q me iluminou qdo conheci o Ruy, resolvi q a minha prioridade seria conseguir uma boa vaga p/ ele, pq ele não iria me decepcionar. E não me decepcionou, né? Ao contrário, fico feliz com cada conquista de vcs dois como se vcs fossem meus filhos, fora a alegria de vcs trazerem o Gabrielzinho ao mundo.
Infelizmente, eu não tive (nem tenho) em quem me apoiar, mas descobri q tentar ajudar os outros tbm funciona como terapia.
Tenha fé em Deus, vc vai sair dessa, e vai sair ainda mais forte q já é.
P.S.: Faça o favor de ficar boa logo! Ordens da "madrinha". rsrsr
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