segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Quando a licença maternidade acaba... (Parte II)

Então gente hoje eu fiz a experiência com o Gabriel. Ele foi cedo pra casa da minha mãe... E eu fui junto!!! rs rs rs. É mais fiquei escondida num quarto o tempo todo e ele não me viu. Gente parecia que não tava nem tchum pra mim! Agora eu por dentro já tava morrendo de saudades... Quando deu um horário próximo dele ir ao médico, mais uma consulta de rotina que conto depois, eu apareci, boba como eu sou imaginei que ele fosse fazer a maior festa, rir de alegria (mesmo ele tendo só 3 meses). É... mais não foi isso que aconteceu não. Ele simplesmente me ignorou e ficou olhando pra televisão...  :( Fiquei bem triste, mas por um lado pelo menos sei que ele ficou bem.
A noite quando cheguei em casa comecei a pensar mil coisas, por exemplo de que ele poderia me esquecer, poderia não me amar tanto como agora... É uma tortura, é como se tivessem tirando um pedaço da gente. Só de pensar que daqui a um mês não vou ter o meu pequeno o tempo todo perto de mim.... Mas é a vida e todas ou pelo menos a maioria das mães passam por isso.


Nas minhas andanças pela rede achei um blog muito legal falando justamente sobre esse assunto, o blog chama mãe de Vênus, lá  a ana, que é a dona do blog mostra um e-mail muito bonito que ela escreveu a uma amiga que iria passar por esse mesmo processo, com a sua autorização publico esse e-mail aqui. É simplesmente emocionante e eu chorei quando li. Espero que gostem.


querida,
quando fui deixar a maria beatriz no berçário, ela com 4 meses, eu ainda assustada com tudo aquilo (leia-se maternidade) e em meio a uma depressão pós parto aguda que eu ainda não sabia que tinha, só me lembrava da frase que a diretora da escola me disse quando nos conhecemos: fique tranquila, ela vai ficar bem. essa fase de adaptação é somente da mãe.
eu decorei essa frase e fiquei repetindo para mim mesma milhares de vezes.
e se eu, piradinha que estava, dei conta, você vai se sair muito bem também.
com o tempo eu percebi que é a mais pura verdade, a tal frase da diretora.
aos 4 meses eles não tem muita noção do tempo e tal. ainda. por isso até mais fácil que essa separação, muitas vezes inevitável, aconteça nessa época. claro que sentem falta, afinal, somos a mãe deles. mas pelo menos não choram na despedida. e isso facilita MUITO as coisas. quem chora é a gente, escondido do filho, claro. 
e é um período muito doído meeesmo. a concentração no trabalho não é a mesma. nem adianta tentar que seja. minha ex-chefa e hoje amiga me disse que a mulher demora 2 anos para voltar ao normal (se é que volta). pois é. então não se exija tanto.
você vai se lembrar dele toda hora, vai ficar com vontade de chorar (vá ao banheiro e chore. capricha na make depois). vai ligar de 5 em 5 minutos para a pessoa que estiver com ele para saber se ele comeu, mamou, se o cocô estava mole ou duro, se dormiu bem, se ele deu risada, brincou, perguntou de você (essa quando ele começar a falar). vai sim perder algumas descobertas dele já que ele vai passar a maior parte do dia longe de você. mas faz parte. ele vai continuar a ser seu filho, a te amar muito e vice versa. como minha própria mãezinha sempre diz, filho a gente cria pro mundo. e é isso.
acho que essa separação é meio que um segundo parto. e devem vir muitos mais pela frente. então é melhor a gente ficar craque nisso. já imaginou quando ele aparecer com a namorada dizendo que vai se casar. OMG!! melhor deixar esse assunto para depois. uma coisa de cada vez. ;)

mas o que eu posso te dizer é que fica mais fácil. e de coração, não se exija tanto. é sofrido, dói e não adianta fingir que não. e cuidado nesse momento para não vestir a roupa de mulher maravilha e querer sair abraçando o mundo porque não rola. (mesmo que a gente seja mulher maravilha às vezes, não se cobre como tal). faça o possível, mas se permita errar, se permita um pouco de insegurança em assuntos que você geralmente tira de letra, se permita dizer não algumas vezes sem medo da reação das pessoas. porque a gente muda, nossas prioridades mudam, nosso jeito de enxergar o mundo muda. e leva tempo para que a gente e o mundo a nossa volta se adapte à nova realidade, a pessoa que nos tornamos.

é a nossa gestação como mães. faz sentido? tipo, estamos sendo geradas ainda. e tem que ter paciência. moooiita paciência até que fiquemos prontas.
o importante é que você dite as regras, sabe? então saiba se colocar porque é a partir do seu comportamento que os outros vão saber lidar com essa nova angélica. porque podem pensar que você é a mesma pessoa, acho que até esperam isso, mas você não é mais. nem nunca vai ser. (inda bem que a gente muda pra melhor depois que vira mãe)
não quero te assustar não, mas é que a gente fica angustiada só com a separação da cria e aos poucos percebe que o buraco é mais embaixo.
e faz parte. e é importante passar por isso.
porque a partir de agora você começa a retomar seu lado mulher. você volta a ser, pelo menos em horário comercial, a angélica pessoa e não a mãe do pedro. é isso é super, hiper, mega, blaster, ultra importante.
com o tempo as coisas se ajeitam. e quando você chegar em casa ou for buscá-lo na escola e for recebida com um abraço super apertado, um beijo super babado, e os olhos mais apaixonados do mundo inteiro te olhando, te admirando, morrendo de saudades de você e louco para contar todas as novidades do dia, você nem vai se lembrar mais dessa fase. e vai se sentir a pessoa mais importante do mundo, tipo mais que o barack obama, deus mesmo. e isso não tem preço. isso é ser mãe.
ajudei? ou fiz você se acabar mais ainda nas nozes?
um beijo e fiquem bem!

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